Syd Back é um artista multifacetado, músico e produtor musical, cuja inventividade transcende as fronteiras musicais. Seu trabalho é marcado por um experimentalismo audacioso, combinando elementos familiares com inovações que criam paisagens sonoras emotivas e envolventes. As melodias que ele cria são cativantes e ricamente texturizadas, com timbres meticulosamente construídos que transportam os ouvintes para novos universos auditivos.
Sua jornada musical começa quando ele se une a dois amigos para formarem o Antiphona, uma banda cristã de repertório autoral. O power trio trazia Douglas Alves no baixo e teclado, Marco Antônio na bateria e Syd na guitarra, voz e composições.
Do primeiro álbum, destaca-se a música "Carpe Diem", cujo videoclipe animado foi criado pelo diretor de cinema e designer Dimitri Kozma. O vídeo mostra uma viagem fantástica dos personagens Blue e Pink por um mundo colorido e surreal, utilizando técnicas como stop motion, animação gráfica, 3D e 2D. "Carpe Diem" participou de vários festivais, incluindo o Anima Mundi, o principal festival de animação da América Latina, em 2013. No lançamento seguinte, o EP "Redenção" (2014) apresenta quatro faixas em uma abordagem acústica intimista. A temática de espiritualidade, perdão e fé foi a base para o conceito gráfico desenvolvido pelo designer Rafael Costa, que também dirigiu o videoclipe da música título.
Ao longo de sua trajetória, a banda encontrou resistências no cenário gospel predominante devido à sua estética poética não alinhada ao mainstream gospel vigente. Contudo, Syd Back sentia que a música poderia ser uma forma de inovação e expressão criativa, capaz de explorar novas sonoridades e temas. Syd encontrava inspiração nas letras de Bono Vox (U2) e Roger Waters (Pink Floyd), bem como em artistas gospel americanos como Neil Morse, DC Talk e Leeland, cujas composições lhe pareciam mais profundas e criativas em comparação às letras gospel predominantes. Esta diversidade de influências o levou naturalmente a aprofundar suas raízes musicais numa nova direção, expandindo suas habilidades para produções instrumentais que incorporam uma fusão de estilos e outros experimentalismos.
Em 2016, Syd Back lança seu álbum de estreia, "Fuzzy Conical Helix". O título intrigante não apenas evoca imagens poéticas, mas também possui um significado matemático sutil. Uma "hélice cônica difusa" sugere uma estrutura que combina precisão geométrica com uma fluidez calculada, refletindo a abordagem meticulosa de Syd em seu som: uma fusão de texturas sonoras que se desdobram de maneira intrigante e complexa. Com títulos como "Emitter", "Gold Catalyst", "Dielectric Breakdown" e "Satellite", as faixas remetem a descobertas e mistérios do universo físico. Esse álbum marca o início da carreira de Syd Back como artista solo, e também sua convicção de como a música pode ser moldada e reinterpretada através de múltiplas camadas de expressão artística.
No mesmo ano, ele compôs a trilha sonora do documentário "Estranhos na Noite - Mordaça no Estadão em Tempos de Censura" para a produtora Pequi Filmes. O título do documentário faz alusão à música "Strangers in the Night", de Frank Sinatra, cantada com ironia pelo chefe de diagramação do Estadão, Gellulfo Gonçalves, sempre que os censores entravam na redação. A produção inclui entrevistas com diretores do Estadão, jornalistas renomados como Carlos Chagas, Ricardo Kotscho, Fernando Mitre, Ivan Ângelo, entre outros, além das atrizes Irene Ravache e Eva Wilma, e Delfim Neto, então ministro da Fazenda.
Seu segundo álbum autoral é lançado em 2017: "Points of a Closed Curve". O título deste álbum não é apenas uma metáfora musical, mas também uma referência matemática que sugere uma trajetória contínua e fechada. Em matemática, um "ponto de uma curva fechada" pode representar um ponto crucial ou de transição dentro de um sistema dinâmico, onde a mudança ocorre de maneira controlada e previsível. Da mesma forma, as composições de Syd Back neste álbum exploram pontos de inflexão e conexão dentro de suas narrativas sonoras, com faixas cuidadosamente elaboradas como se ele estivesse criando um set de DJ para as pistas, guiando a audiência através de uma experiência sonora pulsante, dançante e envolvente. Este álbum é uma representação de seu período intenso como DJ em eventos no Rio de Janeiro, onde suas músicas não eram apenas faixas individuais, mas sim conjuntos fluidos que guiavam uma plateia em uma jornada sonora vibrante e imersiva.
Em meados de 2018, Syd embarca em uma jornada transformadora pela Europa, onde passa dois meses absorvendo novas influências e explorando a cena musical local. Essa experiência culminou no lançamento de seu terceiro álbum, "There and Back Again". O título simboliza um renascimento artístico, um retorno carregado de novas inspirações. O álbum se aventura no território pop com arranjos elegantes e influências de indie rock, além de explorar timbres oitentistas marcados pelo uso criativo de sintetizadores clássicos da Roland como o D50 e da Yamaha como o DX7. A sonoridade é orgânica, com destaque para muitas guitarras com efeitos, violões, baixo, bateria acústica e percussão. As faixas "Silent and High" e "The Clock Tick Tock" foram lançadas como singles antes do álbum, recebendo feedback positivo do público. Outras composições importantes incluem "Keep Waiting", "Canada Water" e "Out of My Hands".
Seu quarto álbum,"Kiss Me Goodbye", lançado em 2020, foi concebido no contexto de uma pandemia global. Este trabalho reflete a angústia e a saudade de um tempo em que muitos não puderam se despedir de seus entes queridos. O álbum é caracterizado pela riqueza de instrumentos orquestrais e piano. A faixa-título começa com um piano de notas solitárias que se desenvolve em um arranjo grandioso com cordas, flauta, oboé e um solo de guitarra inspirador, criando uma experiência auditiva profundamente emotiva e impactante. Outros destaques incluem "Empty Streets", que evoca a desolação e o silêncio das cidades durante o confinamento, e "Sunflower", que traz uma mensagem de renovação e esperança. "Don't Be Afraid" é uma orquestração de tema épico e vencedor, enquanto "After the Darkest Night Comes the Dawn" transmite a certeza de que tempos difíceis são seguidos por luz e renovação. "Faith and Hope" destaca-se por sua mensagem inspiradora, e "Today Is a Day to Celebrate" encerra o álbum com uma celebração da vida e superação.
Na sequência é lançado "Expectation" (2021), um álbum pop e elegante que explora os sentimentos ambíguos de esperança e ansiedade que permeiam os dias atuais. A faixa que fecha o álbum, "Isla Negra", é inspirada na obra de Pablo Neruda. Isla Negra é uma das casas do poeta no Chile, onde ele e sua esposa, Matilde Urrutia, estão enterrados lado a lado, de frente para o Pacífico. A visão da sepultura de Neruda e Urrutia, com o mar ao fundo, simboliza o amor eterno, inspirando uma profunda reflexão sobre a eternidade e a paixão imortal.."Time to Fly" se destaca por sua melodia construída na guitarra, transmitindo poeticamente a mensagem de liberdade para aqueles que se sentem presos, angustiados e tristes.
"Water, Earth and Sky", lançado em 2023, é um álbum caracterizado por temas instrumentais curtos com uma atmosfera reminiscente de trilhas sonoras, enriquecidos com sons de ambiente e da natureza. A faixa "Mother Nature" se destaca por sua capacidade de criar uma atmosfera envolvente, que não só captura os sentidos, mas também inspira uma reflexão profunda sobre questões ambientais e climáticas atuais.
Em julho de 2024, é lançado seu mais recente trabalho, o single "The Reason Why". Com versos que exploram a profundidade dos sentimentos de amor e desejo. A melodia cativante e a letra introspectiva convidam o ouvinte a mergulhar na intensidade emocional da música, tornando "The Reason Why" uma experiência auditiva inesquecível.
